Com duas horas de atraso, teve início o ato político da Frente Popular de Pernambuco com a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento, na verdade, um comício a portas fechadas no colégio Monsenhor Aldemar da Mota Valença, conta com a presença de mais de 1,5 mil pessoas.
O presidente Lula começou o discurso brincando, dizendo pode treinar a Seleção Brasileira de futebol. “Ligue (se dirigindo Eudson Catão) para o Ricardo Teixeira e diga que, a partir de 1º de janeiro, eu estou desempregado e ele me coloque como técnico da seleção brasileira para ganhar a Copa do Mundo”.
E “puxou a orelha” do cerimonial: “Quero dizer ao meu cerimonial que esqueceram de colocar o nome de Dilma na minha nominata, mas como ela é a pessoa mais importante aqui, vou falar dela. Estamos aqui num ato político, daqui a pouco, vou no Festival de Inverno, a Dilma não vai poder ir porque a gente não quer ferir e nem transgredir nenhuma vírgula da legislação eleitoral”.
Lula discorreu sobre como conheceu Dilma, no período eleitoral de 2002, e sobre as ações dela no governo federal. Citou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as decisões do governo em relação ao “apagão” de energia. “Mulher tem que braba, estar sempre desconfiada porque o homem tem hegemonia desde que foi criada a humanidade”, disse. E defendeu: “Não tem ninguém mais preparado para governar esse país do que a Dilma. E falo isso com a convicção de quem sabe a responsabilidade de cada palavra”.
Antes de falar sobre Dilma, Lula enalteceu Eduardo Campos. “Eleger você governador de Pernambuco é uma questão moral, ética de justiça, porque este estado esteve no fundo do poço. A gente só ouvia falar em outros estados. Para cá, não tinha nada. Agora, Pernambuco está igualado. É questão de honra eleger Eduardo, que tem a idade de ser meu filho, mas capacidade de ser presidente da República”.
Pouco antes de terminar o discurso, Lula voltou a dizer que tem vontade de morar em Pernambuco. Ressaltou, porém, que não sabe se o plano dará certo porque o resto da família é de São Bernardo do Campo (SP). “Mas se Pernambuco precisar, pode me contratar como representante do estado em Brasília (DF) para eu ficar no ouvido da Dilma: ajude Pernambuco, ajude Permabuco, ajude Pernambuco”, disse.
Eduardo – Durante o discurso, o governador lembrou o primeiro dia em que recebeu o presidente em Garanhuns a pedido do ex-governador Miguel Arraes. “Entre aquele tempo e o de hoje, o País mudou muito, presidente, graças ao governo empreendedor de Vossa Excelência”, afirmou, citando, dentre outras obras, a ferrovia Transnordestina. “O Pernambuco de hoje é um Estado novo, que dá chances ao povo e tem pespectivas de um futuro promissor”, assinalou.
Sobre Dilma, disse que conhecia a sua capacidade, a sua coerência e a sua disposição para continuar a obra de Lula. “Vamos construir, em Pernambuco, a maior votação que a presidenta Dilma vai ter no Brasil”, declarou Eduardo. E depois: Continue a tratar Pernambuco com o presidente Lula tratou. Mais será impossível. Peço-lhe que empate o que Lula fez e Pernambuco irá lhe aplaudir e agradecer”, pediu a Dilma.
Mais – Um dos primeiros a discursar foi Armando Monteiro Neto (PTB), candidato ao Senado. O petebista disse que Dilma e Eduardo representam projeto vitorioso. “Vivemos um momento de grande transformação no País e em Pernambuco”, afirmou. Em seguida, falou Humberto Costa, também candidato ao Senado: “estamos a pouco mais de dois meses para uma grande decisão: o povo vai decidir entre dois campos políticos – o do lado de lá, que representa 500 anos de repressão e exploração sob nosso povo, e outro campo, comandado pelo nosso companheiro Lula, que em menos de oito anos e sem promover ruptura, mudou o país”, disse. Então, falou sobre as ações do governo federal em Pernambuco.
Chegada – Quando a comitiva entrou na quadra do colégio, Ariano Suassuno foi tão aplaudido quando Lula, Dilma e Eduardo.
Dilma chegou a Garanhuns no final da tarde. Foi recebida, no aeroporto, por Eduardo, Armando e Humberto. Do local, eles seguiram para o hotel Tavares Correia, no Centro do município, onde aguardaram a chegada do presidente Lula, que estava em Caetés, no lançamento do programa Um Computador por Aluno. No hotel, com a com a presença de Lula, as lideranças conversaram por cerca de uma hora.
Fonte: DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR.
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